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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O que podemos aprender sobre o amor com Erik de O fantasma da ópera


Antes de começar a leitura, gostaria de avisar que esse post é SPOILERS sobre a trama. Sim, preciso avisar, mesmo que o filme já tenha mais de dez anos. Ah, e é sobre o filme de 2004 do Webber. Preciso avisar que o post não leva critérios técnicos, afinal, minha intenção é outra. Ou seja, qualquer crítica sobre a polêmica de plágios (algo muito sério) vai ficar de fora dessa vez.

Boa leitura.

Que o Erik de O Fantasma da Ópera é um lindo, todos nós sabemos. Ele deveria ter ficado Christine, nós também sabemos. Mas como nem tudo são flores, eu vim aqui depois de assistir trezentas milhões de vezes esse musical lindo para dar uma de advogado do diabo e dizer que: realmente Erik não podia ficar com Christine.


Em minhas inúmeras conversas com Allan (o meu namorido), discutimos muito sobre pontos específicos sobre a complexidade que o personagem nos traz e talvez esses pontos sejam definitivos para que a gente sinta que o Erik amou sim a Christine, mas amou mais a ideia de amá-la do que qualquer outra coisa. E isso é toda a questão dessa narrativa.

Muita gente questiona o fato dele não ter ficado com Christine porque ele era... Fantasma? No final das contas (e há muitas controvérsias), não acho que Erik fosse um fantasma. E pode até parecer meio louco pois o filme parece querer fazer você acreditar que ele é sim um fantasma que ensinou Christine a cantar e, no final das contas, não suportou tê-la.

 No decorrer do filme, somos levados a acreditar que Erik era um pé no saco. Que na verdade ele tinha um sentimento mais possessivo do que um sentimento de amor, de fato. É de conhecimento geral que ele enchia o saco da personagem. Principalmente por causa do novo rapaz que ela conhece e ambos se apaixonam.

Mas não levamos em consideração que Christine também ama Erik. De uma forma diferente? Sim. Mas ama. Só que quando o final vai chegando, percebemos que o problema dele era sim sua aparência. No clímax do filme onde ela vê sua cicatriz horrorosa, ele vê que nunca a teria da forma que ele sonhava. Sim, ele deveria sonhar muito com uma Christine que amasse tudo nele, inclusive a sua cicatriz.


É óbvio que ele fica chateado com toda a situação, e isso é mostrado em várias cenas onde ele é ficado de lado para dar lugar ao sentimento que ela sente pelo Raoul. Ele então decide se vingar. Quando ele, enfim, tem Christine em suas mãos, ele percebeu que no final das contas, ele amava mais a ideia de tê-la do que tê-la, de fato.

Mas em uma história normal, isso seria o fim. Só que ele ainda amava a moça. E amou durante toda sua longa vida. No final do filme, podemos perceber que, mesmo após sua morte, ele ainda ia ao seu túmulo. Mesmo ela tendo ficado com Raoul, sido muito feliz durante a vida enquanto ele vivia uma vida miserável no teatro em pedaços.

Ele é um dos poucos personagens que conheço no mundo do cinema que amou sem ter um amor. Que abriu mão por motivos extremamente egoístas e também empáticos.

No final das contas, por mais que Erik seja o melhor personagem que podemos ter tido conhecido no mundo do cinema, ele é tão complexo que fica difícil dimensionar o quanto ele era bom.

A gente fica com aquele sentimento que Christine teria sido mais feliz com ele, mas não percebemos que amor a gente não escolhe. Amor não se merece. Não amamos as pessoas simplesmente por que elas merecem. A gente ama muitas vezes quem não "merece" e não conseguimos amar aqueles que estão implorando pelo nosso amor.

Erik amava pelos dois, mas não suportaria que Christine vivesse pela metade. Mesmo que isso implicasse ficar sozinho todos os anos que estariam por vir.


O amor é algo estranho, não é? As vezes estúpido, meloso e muitas vezes indecifrável. Mas ele também é bondoso e livre.

Raoul poderia ser o amor da vida de Christine, mas nunca poderíamos comparar com o amor que Erik sentia por ela. Principalmente por que ele não passou pela dor que é perder alguém que ama.

Vou deixar minha música favorita do filme e da vida.

Beijos.


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